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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aceitando as coisas como devem ser!

Em toda relação, ou melhor, em toda situação é preciso levar em conta como agimos. Será que estamos persistindo porque faz bem, porque esperamos ter sucesso? Ou será que estamos teimosamente tentando fazer virar uma situação que não tem a menor possibilidade de dar certo? Auto-destruindo-nos, abandonando nossos sonhos, destruindo o outro? Pois é: teimosia ou persistência? Burrice, ingenuidade ou lucidez, inteligência emocional?

Assim tomamos nossas decisões. Ora com clareza, ora com a cegueira que nos cabe. Em relacionamentos amorosos é tudo mais complexo – as emoções estão à flor da pele… Tendemos por isso, ficar mais do que deveríamos. A cobrar mais do que poderíamos. A confundir tudo e pensar que estamos no caminho… Quando, na verdade, estamos é nos distanciando do centro – do outro.

“A mente MENTE!”, dizia-me um amigo. E, quanto mais dermos ouvidos a esses nossos pensamentos tresloucados, mais fácil entramos numa fria – do tipo AUTOBOICOTE. Ou seja, deixamos de lado a ideologia do viver bem para, num rompante quase sadomasoquista, viver mal. E, nisso tudo, que diferença faz se é amor ou paixão? Quase nenhuma.

A bola ainda está conosco. E, nesse contexto, mais do que discutir o teor do sentimento, o melhor mesmo é viver, arriscar, entender que tudo o que é demais não tem importância se tivermos para onde voltar.

Então, persistir é humano. Errar também… Ou seja, fica mais fácil errar menos quando sabemos que, se não der certo, vamos ter acolhida. Vamos poder voltar atrás, dar meia volta, retomar do zero uma nova oportunidade. Fácil, não?

Não é fácil entender que erramos. Que o amor não é para sempre. Que as nossas decisões e escolhas de vida podem ser mudadas toda vez que desejarmos.
Fica então o bate boca normal daqueles que entendem que o que começou tem de acabar. Comeu a carne tem que roer o osso etc, etc, etc…

Será mesmo que não dá para refletir sobre nossa situação atual e buscar uma atitude? Será mesmo que precisamos nos condenar a qualquer tipo de relação só porque, em algum momento, fizemos a escolha?

Viver louco de amor é muito bom. Bom enquanto há troca, enquanto dá prazer. Viver louco de amor por outro que não está nem aí é dependência. Amar demais, como gosto sempre de reforçar, não tem problema se entendermos que não é a quantidade que conta e sim o como. O como podemos incluir o outro na nossa vida sem abrir mão da nossa identidade, da nossa essência.

Por isso, talvez os poetas, os romancistas tenham vivido tão bem grandes amores. Tantos quanto lhes foi possível amar. Isso é ruim? Diria a você que, ao contrário, é um privilégio para poucos. Para aqueles que aceitam correr riscos. Que compreendem a diferença do que faz bem e do que não faz. Entre experimentar e abrir mão – desapegar. Abrir-se para o novo.

Ao final da contas, vale sempre lembrar: não há nada que possamos levar conosco em outras vidas. Não há nada além das emoções… Talvez por isso insista tanto em manter a reflexão sobre o que estamos fazendo com nossas vidas – enquanto discutimos o que é certo e o que não é!

Certo é tudo o que podemos fazer no momento em que estamos fazendo. Isso quer dizer que não erramos? Não. Quer dizer apenas que, quando estamos presentes, sintonizados com a realidade, podemos sempre nos desculpar, voltar atrás, mudar o compasso, o passo, escolher outro caminho…

O outro irá aceitar? Perdoar-nos? Talvez! E quanto a isso nada a fazer. Somente viver, caminhar, manter-se em movimento…

1 comentários:

Pequeno Príncipe disse...

Sábias palavras... apenas isso que tenho a dizer... Seu uso delas mostra cada vez mais sua destreza como domar uma fera que a princípio não se tem domínio mas que depois se amansa e passa a obedece-lo. Afinal, por onde andas? Abraços
Ass. Pequeno Príncipe...